NEURO-OFTALMOLOGIA

A Neuro-Oftalmologia é a especialidade da medicina que diagnostica e trata as anormalidades da visão secundárias a distúrbios ou doenças do sistema nervoso. Nestes casos as estruturas oculares são frequentemente normais e os exames oftalmológicos de rotina não demonstram a causa das alterações visuais.

Por sua expertise e uso de técnicas especiais de avaliação física e de exames complementares específicos, o neuro-oftalmologista é capaz de apontar com precisão o local anatômico afetado pela doença, identificar sua natureza e promover o tratamento adequado.

Os ramos da Neuro-Oftalmologia

A Neuro-Oftalmologia inclui dois sistemas visuais:

1. Sistema visual aferente – Inclui a recepção, a condução e a transformação em imagens dos estímulos visuais. Células nervosas na retina recebem os estímulos visuais e os transmitem através dos nervos ópticos até o cérebro, onde são decodificados e transformados em imagens. Alterações destas vias ópticas – da retina ao córtex occipital - podem ocorrer por uma grande variedade de causas ocasionando sintomas visuais e comprometendo a qualidade de vida das pessoas.

2. Sistema visual eferente ou motor – inclui as células nervosas, nervos e músculos responsáveis pelo movimento dos olhos, das pupilas e das pálpebras.

Exames complementares em Neuro-Oftalmologia

Exames adicionais aos realizados durante a Consulta Médica tem grande importância na confirmação da suspeita diagnóstica levantada pelo Especialista. Os testes mais comuns são:

• Teste de visão cromática de Farnsworth-Munsell
• Testes de sensibilidade ao contraste
• Exame de campo visual manual (Goldmann)
• Exame de campo visual automatizado (Humphrey ou Octopus)
• Retinografia
• Angiografia fluoresceínica do fundo de olho
• Angiografia por indocianina verde
• Ultrassonografia de órbita
• Eletrorretinograma
• Potencial evocado visual
• Tomografia de coerência óptica (OCT)
• Angiografia por tomografia de coerência óptica (Angio-OCT)
• Imagem por ressonância magnética
• Angiografia por ressonância magnética
• Exame do líquido cerebro-raquiano (LCR)

 

Causas de “visão embaçada” (baixa visual)

A baixa visual ou “embaçamento da visão”é o sintoma mais comum das doenças neuro-oftalmológicas, variando de intensidade desde uma sensação de leve “perda de nitidez” até o escurecimento total da visão ou cegueira, dependendo da natureza da doença, do tempo desde sua instalação, e de sua gravidade.


A baixa visual pode ser progressiva ou transitória, desaparecendo em minutos ou horas. A identificação das características clínicas da baixa visual é grande importância para a determinação de sua causa.

As causas mais frequentes de visão embaçada dependem da idade do paciente ao início da queixa e incluem:

• Neuropatia óptica isquêmica
• Neuropatias ópticas hereditárias
• Neurites ópticas
• Enxaqueca
• Neuropatias ópticas metabólicas e tóxicas
• Tumores do nervo óptico
• Compressão do quiasma óptico por tumores da hipófise
• Doença vascular cerebral


Causas de “visão embaralhada” ou “visão dobrada” (diplopia)

A diplopia, descrita pelos pacientes como “visão embaralhada” ou “visão dobrada” ocorre por falha na perfeita superposição da imagens vistas por cada olho separadamente, em razão de algum distúrbio na movimentação normal dos olhos.

O exame neuro-oftalmológico frequentemente determina os músculos e centros nervosos afetados, possibilitando o diagnóstico da doença subjacente. As causas mais comuns de “visão embaralhada” ou “visão dobrada” são:

• Hipertensão arterial
• Diabetes mellitus
• Traumatismos cranianos
• Aneurisma cerebral
• Hipertensão intracraniana
• Doenças inflamatórias

 

SINTOMAS E SINAIS NEURO-OFTALMOLÓGICOS

Sintomas das doenças que afetam o nervo óptico e as vias ópticas

• Dor de cabeça no olho ou atrás do olho, principalmente à movimentação dos olhos
• Turvação ou embaçamento da visão
• Visão mais escura
• Presença de manchas na visão
• Diminuição do campo (área) de visão
• Desconforto visual mesmo com uso de óculos

Sintomas das doenças que afetam o movimento dos olhos, das pupilas e das pálpebras

• Diplopia ou “visão dobrada”, frequentemente relatada com “embaralhamento da visão”
• Estrabismo ou alteração da posição dos olhos
• Nistagmo ou movimentos espontâneos, involuntários, dos olhos
• Midríase ou dilatação das pupilas
• Miose ou diminuição do tamanho da pupila
• Anisocoria ou pupilas com tamanhos diferentes com consequente desconforto visual
• Ptose ou queda da pálpebra superior
• Proptose ou exoftalmia, quando há aumento das fendas palpebrais e os olhos se tornam protrusos e mais salientes.

DOENÇAS NEURO-OFTALMOLÓGICAS

 As doenças Neuro-Oftalmologicas são classificadas em:


 Doenças que afetam o nervo óptico e as vias ópticas
 
• Neuropatias ópticas congênitas e hereditárias
• Neurites ópticas (inflamação/desmielinização do nervo óptico)
• Neuropatias ópticas isquêmicas
• Neuropatias ópticas nutricionais e tóxicas
• Papiledema por aumento da pressão intracraniana
• Neuropatias ópticas traumáticas
• Inflamação, isquemia ou compressão das vias ópticas intracranianas

Doenças afetando a movimentação dos olhos e as pálpebras

• Doenças congênitas e hereditárias
• Enxaqueca
• Doenças cardiovasculares com isquemia
• Esclerose múltipla
• Neuromielite óptica
• Miastenia gravis
• Doenças da tireóide
• Outras doenças autoimunes
• Doenças degenerativas do sistema nervoso
• Compressão de estruturas por tumores ou doenças granulomatosas
• Traumatismo

 

ETAPAS PARA O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO EM NEURO-OFTALMOLOGIA