Esclerose múltipla está associada a infecção pelo Epstein-Barr Vírus (EBV)

Recente pesquisa epidemiológica realizada na Universidade de Harvard (Bjornevik et al., Science 2022; 375: 296–301) estudou amostras de sangue de mais que 10 milhões de militares nos Estados Unidos, para definer a associação causal entre infecção pelo EBV e o desenvolvimento de esclerose múltipla (EM).

O estudo foi baseado em evidências anteriormente demonstradas que:

  • A EM é uma doença imunomediada
  • Infecções virais podem precipitar a doença em pessoas geneticamente predispostas
  • Após a infecção o EBV permanece em forma latente nos linfócitos B por toda a vida
  • Pessoas que tieveram mononucleose infecciosa – doença causada pelo EBV – tem maior risco de desenvolvimento de EM
  • Pacientes com EM apresentam títulos elevados de anticorpos contra o EBV
  • O EBV pode ser identificado nas lesões da EM no sistema nervoso de alguns pacientes

Os autores observaram que :

  • 97% dos pacientes que desenvolveram EM apresntaram infecção pelo EBV antes do início da EM
  • O risco de EM aumenta 32 vezes após a infecção pelo EBV
  • A neurodegeneração se inicia após a infecção pelo EBV, precedendo os sintomas clínicos  da EM

A conclusão do estudo é que o EBV é o mais importante fator causal da EM. O desenvolvimento da EM após infecção por EBV pode ser influenciada por predisposição genética.